segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Roberto DaMatta de frente com Gabi

Pessoal,

Esta entrevista foi ao ar no dia 01 de agosto, no domingo anterior a nossa volta às aulas, no programa da Marília Gabriela, no SBT.

Acho que ela tem muitos elementos que podem ajudar a pensar o trabalho de vocês.

Aqui vai o material tirado do You Tube, mas se você quiser assistir a entrevista direto da página do programa, onde a entrevista está num vídeo só, clique aqui.




Parte 1




Parte 2



Parte 3



Parte 4



Parte 5

sábado, 7 de agosto de 2010

Max Weber – indivíduo e sociedade

Dos grandes sociólogos clássicos que estudamos Max Weber (seus estudos) apresenta uma característica que o opõe aos demais.Max Weber

É que a maneira como este sociólogo pensa o funcionamento da sociedade e, de modo consequente, os métodos que ele propõe para que se observe este funcionamento, implicam em definir a relação entre indivíduo e sociedade de um modo em que a existência do indivíduo antecede a exitência da sociedade.

Só para lembrar, em Durkheim a sociedade é pensada fundamentalmente a partir do conceito de fato social (que, aqui, gosseiramente, diremos que representa a pressão das instituições sociais no sentido de controlar o indivíduo) e Karl Marx compreende a participação dos homens na história a partir das lutas de classes.

Para entender como Max Weber cria uma teoria social na qual o indivíduo é anterior à sociedade (mas é importante lembrar que trata-se de uma proposiçõ de caráter lógico) é necesário compreender o conceito mais importante do seu pensamento. Trata-se do conceito de ação social.

O conceito de ação social se refere ao comportamento que é dotado de sentido. Isto quer dizer que a ação social é o tipo de comportamento motivado por um conteúdo subjetivo.

Fique atento a esta palavra, subjetivo.

Um modo razoável de sondar o sentido de uma palavra (qualquer palara) é definir qual o conteúdo que é seu inverso, ou seja qual a palavra a qual ela se opõe, seu antônimo.

O antônimo de subjetivo é objetivo palavra que remete a existência concreta, imediatamente sensível, perceptível.

Isto nos encaminha para o significado daquilo que é subjetivo, ou seja, trata-se de uma parte da existência que não tem um conteúdo concreto, mas participa do interior dos homens e compreende um elemento fundamental da relação do indivíduo com o mundo externo ao indivíduo, o mundo objetivo (incluindo os demais indivíduos). Em síntese, definindo muito grosseiramente, o subjetivo (a subjetividade) compreende a existência que não está fora do corpo e envolve a percepção que o indivíduo tem de si, dos demais e do mundo.

Voltando à Weber e ao conceito de ação social podemos agora distingi-lo do que seria uma ação que não é social.

O ponto fundamental da ação social é que trata-se de um comportamente que tem uma motivação que nasce de um sentido que o indivíduo reconhece e que guia sua ação.

Para compreendermos o que se enquadra e o que não se enquadra nesta definição pense, por exemplo, uma cena como a seguinte: eu e você estamos todos na rua grande, estamos na frente de uma loja que vende televisão e estamos assistindo ao jogo do corinthians que está passando (aliás, o corinthians está ganhando o jogo). Mas estamos em maio e começa a chover e, quase ao mesmo tempo, como se fosse uma coreografia, todos que estamos na rua grande abrimos sombrinhas e guarda chuvas para nos proteger. A chuva nos aborrece. Mas saiu outro gol do corinthians e todos nos alegramos.

Pois bem, nesta cena temos alguns comportamentos e nem todos são exemplos de ação social . Vejamos primeiro estes.

Quando abrimos o guarda chuvas fizemos de uma maneira que foi “coletiva”, no sentido que todos os que podiam (que tinham sombrinas/guarda chuva) responderam imediatamente à chuva. Se fosse possível olhar a cena como se estivéssemos olhando de cima isto ficaria mais claro.

Ocorre, entretanto, que quando abrimos as sombrinhas não há uma ação social pois nosso movimento responde na verdade a um reflexo que visa apenas a nossa proteção contra a água. Este comportamento não é dotado de sentido para nós.

Curiosamente, quando estávamos parados, cantando : aqui tem um bando de loco! loco por ti corinthians!, tínhamos um exemplo de ação social, pois nosso comportamento tinha uma motivação subjetiva que dava sentido ao nosso comportamento (mesmo que nosso comportamento fosse ali apenas o de ficar parado na frente da tv).

Aqui nós já podemos inclui outro elemento do conceito de ação social, com o qual nós encerramos as características do conceito, fique atento portanto!

A ação social é dotada de sentido, é este sentido que move o indivíduo numa ação social. Este sentido para o individuo é subjetivo, mais ele é mais que subjetivo, ele é intersubjetivo, ou seja este sentido é comportilhado por dois ou mais individuos que o reconhecem e quando interagem o fazem se orientando por este sentido que é intersubjetivamente compreendido.

Este componente intersubjetivo da ação social significa que este conceito descreve um comportamento que sempre visa um “outro”, ou seja numa ação social o indivíduo nunca visa a si próprio.

Pode ocorrer, como geralmente ocorre, que o “outro” com que nos relacionamos seja um (ou mais) indivíduo(s) concreto(s). Entretanto, não raramente este “outro” ao qual nos remetemos durante uma ação social não é um indivíduo concreto mais um ser abstrato. É o nosso caso ali, na Rua Grande. Nosso comportamento ali não visava exatamente eu e você mas essa coisa que não tem existência material e que em grande medida corresponde a uma idéia, ou a um sentimento, que é o nosso poderoso Timão.

 

O indivíduo como entidade que existe antes da sociedade e que a explica.

A diferença, já citada, da Teoria de Max Weber em relação aos outros autores se torna visível quando entra em cena o último elemento do conceito de ação social, o seu caráter probabilístico.

Todos se lembram de nossos experimentos e exemplos na sala de aula.

Em especial o fenômeno do valor do dinheiro é didático para fixar o que significa este aspecto do conceito de ação social.

A moeda (no sentido de pedaço de metal) ou a cédula são instrumento criados para fazer funcionar uma instituição social chamada moeda, que é o instrumento que funciona como a mercadoria mais importante no sistema de trocas de mercadorias criado pela sociedade capitalista.

A moeda dá uma dimensão material e ajuda a quantificar o valor da riqueza produzida e facilita a circulação das demais mercadorias.

A moeda enquanto instituição, portanto, é a sociedade funcionando.

Da forma como Max Weber define a ação social o valor da moeda é produto da aceitação e do reconhecmento por parte dos indivíduos. Por outro lado, para os indivíduos este valor é o motivo para trazer consigo a moeda (no sentido de pedaço de metal ou de papel).

Deste modo pode-se definir que o sentido atribuído a moeda no sentido de pedaço de papel é fruto da confiança que cada um tem de que os demais reconhece o mesmo valor e importância a mesma moeda-papel/metal.

Ocorre que existe um fenômeno econômico chamado inflação. A inflação é a perda do  valor (sentido) da moeda (instituição) que se revela na subida dos preços que, por seu turno, é a tradução matemática da perda de importância da moeda-papel/metal (que é uma mercadoria) frente às demais mercadorias.

É como se em vez de trocar moeda-papel/metal nós trocássemos telefones fixos pelas demais mercadorias, por exemplo. Se fosse assim, considerando os precços atuais dos telefones, teríamos um moeda relativamente valorizada.

Mas se nosso exemplo for sustentado para simularos outras coisas, teríamos que considerar que a nossa moeda teria hoje um valor bem abaixo daquele que a moeda-telefone fixo já teve. É que ouve um tempo em que as pessoas trocavam telefones por carros ou até por casas. Mas com o passar do tempo, e por alguns motivos, a situação era diferente; e então já era melhor ficar com o carro, o telefone (como moeda) não valia mais a pena.

O fenômeno da inflação trás para os individuos uma alteração nos valores da moeda-papel/metal (que é uma mercadoria). Chega um momento em que, para os indivíduos já não vale mais a pena receber determinadas unidades de moeda-papel/metal. Foi o que aconteceu com a nossa moeda (metal) de 1 centavo. Ela perdeu tanto valor que hoje em dia já não vale mais a pena juntá-la no chão.

Se você quiser mais exemplos do que a inflação faz, leia aqui.

Os exemplos acima, da inflação, dizem para nós que o sentido que o indivíduo atribui a determinada unidade (cédula) de moeda-papel/metal pode não ser forte o suficiente para que esta cédula seja desejada, buscada pelo indivíduo. Quando um indivíduo entende que não vale mais a pena juntar uma cédula chega-se ao ponto em que o valor da moeda já não tem força (no sentido de probabilidade) para mover o indivíduo.

Este entendimento pode ser generalizado, e durante a inflação é isso que acontece, de modo que o valor da moeda (e a probabilidade de os indivíduos se interessarem por elas) não tem mais força para mover o indivíduo. Então, o desprezo para com esta moeda-papel/metal é exlicado pela baixa probalidade que cada um atribui ao interesse dos demais se interessar por ela.

Este processo de interação de indivíduos produz consensos coletivos em torno do sentido que deve ser conferido a moeda, e em grande medida é este consenso contruído por indivíduo que cria o valor da moeda.

De certa forma é mais ou menos isso que acontece numa eleição. Você saberia explicar como isso acontece? Escreva lá nos comentários.

 

Os tipos de ação social

Depois de caracterizar o conceito de ação social, Max Weber também propôs uma classificação de tipos de ação social. Basicamente são quatro os tipos.

 Ação Social Tradicional – Este é o tipo de ação social em que o comportamento do individuo responde a algum motivo que se justifica pela tradição. São coisas que se faz por que “sempre fazemos assim”, ou “minha família sempre fez isso”, etc.

Ação Social Afetiva – É a ação social que responde a algum impulso de caráter emocional. É o caso do comportamento dos jovens numa festa quando estão paquerando. Neste caso a paquera corresponde a um resposta a situação em que “pinta um clima” e os aspectos motivacionai do seu comportamento provavelmente não irão se repetir, ao mesmo com a mesma pessoa.

 Ação Social Racional com Relação a Valores –A ação racional é o tipo de comportamento guiado por um calculo. Entretanto, alguns calculos que fazemos vizam a alcançar um objetivo moral. Neste tipo de situação temos o que Weber chamou e Ação racional com relação a valores. É aquilo que um candidato conservador faz numa campanha eleitoral não para barrar a ascenção de um candidato comunista, por exemplo. Atacar o socialista pode não dar votos ao candidato conservador, mas impedir que o comunista cresça entre o eleitorado conservador.

Também o caso do cristão que entrega o dízimo na igreja. O dízimo é produto de um calculo. Mas o crente pode também calcular qual o momento do mês mais apropriado para entregar o dízimo sem expor sua família a incerteza de um mês eventulmente ruim.

Ação Social com Relação a Fins – Este é o tipo de ação social em que o indivíduo calcula o seu comportamento tem em vista alcançar o máximo resultado com o mínimo custo ou esforço. O comportamento econômico é o exemplo e modelo mais cristalino deste tipo de ação social.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Kile XY, cultura e códigos culturais

 

Assista ao episódio da série “Kile XY”, “Isto não é um teste”.

Assista ao video atentando para o fato de que a vida em sociedade só é posível para aqueles que tem o domínio dos códigos culturais, e sem este domínio seremos sempre como estrangeiros.

 

 

 

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