quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Direita e Esquerda

O tema do capitalismo deve ser estudo sabendo que se trata de um tema que envolve as mais vivas paixões políticas. Era assim antes e ainda é assim hoje!! Para termos uma idéia disto precisamos levar em contra de como são classificadas as idéias políticas.

Desde a Revolução Francesa se usa as palavras “Direita” e “Esquerda” para se referir as posições políticas. Este hábito se deve ao mais absoluto acaso.

A Revolução Francesa é a passagem definitiva da sociedade feudal para o capitalismo. Suas origens se devem a uma grave crise social. Para resolvê-la o Rei convocou os Estados Gerais, um instrumento para a tomada de decisões políticas envolvendo os estamentos feudais (ou Estados): a nobreza (Primeiro Estado), o clero (Segundo Estado) e os demais (Terceiro Estado).

A idéia do Rei era resolver os problemas com um aumento de impostos. Esta solução tinha conseqüências claramente impopulares. Isto porque os dois primeiros Estados eram isentos de impostos. Logo, o peso cairia exlclusivamente sobre o Terceiro Estado.

Posta a questão, surgiu um problema: como seriam contados os votos? Se fosse um voto por estamentos a proposta seria aprovada por dois a um, pois o primeiro e o segundo estado votariam juntos. O Terceiro Estado queria contar os votos por indivíduos, o que garantiria a recusa da proposta.

O clima de agitação tomou conta de Paris e de toda a França. Revoltas impuseram ao Rei a convocação de uma Assembléia Nacional, reprensentando o povo da França e não mais os estamentos medievais.

Na reunião dos delegados da Assembléia, os partidários das transformações da sociedade, com a abolição dos privilégios feudais se sentaram a esquerda é os defensores do status quo, da ordem vigente, ficaram a direita.

Foi assim que estas palavras foram adotadas para identificar as posturas políticas no mundo ocidental, chamando de esquerda indivíduos que desejam transformações imediatas da sociedade e de direita os indivíduos que entendem as mudanças devem ser lentas e que a ordem vigente deve ser preservada e evoluir naturalmente, sem revoluções.

 

Versão Clássica

Ao longo do século XIX, com a vitória da burguesia, a oposição entre Direita e Esquerda ganha uma marcação de origem européia e que se tornou uma versão clássica.

Nesta versão a Direita política inclui os defensores da sociedade capitalista. Os defensores do socialismo ocupam o espaço da Esquerda politica.

Esta diferença entre Capitalismo e Socialismo como marcos da divisão entre Direita e Esquerda é na verdade resultado de um entendimeto sobre o que é a Democracia.

Pensados em si mesmo, Capitalismo e Socialismo representam sistemas de organização da sociedade que divergem fundamentalmente sobre como instituir a distribuição da riqueza.

A partir deste critério a Direita sustenta que o valor fundamental, que define a democracia, diz respeito a garantia da liberdade sobre os demais aspectos. A Esquerda, por seu lado, ensina que não pode ser defino como democrática uma sociedade que não garante a igualdade real e efetiva dos seus membros.

Reconhecer este dilema serve mais nos ensinar que tanto a Direita como a Esquerda oferem argumentos razoáveis a partir dos quais é legítimo defender uma posição ou outra.

 

 

Versão Americanizada

Recentemente a oposição entre Direita e Esquerda vem se modificando, embora não tenha sido abolido o critério clássico descrito acima.

Nos últimos anos, desde a queda do muro de Berlim, em 1989, o mundo todo se acomodou sob o sistema capitalista. Atualmente Cuba, Laos, Coréia do Norte poderiam ser definidos como sistemas sem traços de capitalismo. A China, embora tenha um regime que se define comunista, na prática, entretanto, é uma combinação de economia de mercado e de ditadura.

A falta de uma alternativa concreta ao capitalismo representou certa amenização da versão clássica de separação entre Direita e Esquerda. Em seu lugar, em vários lugares do mundo tem se repetido um tipo de disputa política a partir do padrão típicamente americano, o país do capitalismo, onde nunca hourve grupos socialistas fortes.

Embora também apresentem diferenças sobre como encaminhar políticas sociais e econômicas, nos Estados Unidos a Direita (representado pelo Partido Republicano) e a Esquerda (Partido Democrata) se dividem principalmente sobre questões relacionadas as costumes.

O chamado debate sobre os costumes envolve questões como o casamento gay, politica sobre aborto ou bioética.

Em 2010, pela primeira vez o debate sobre os costumes tomou conta de uma eleiçao presidencial com uma discussão sobre a regulamentação do aborto.

Em relação a este tema, e os demais temas que mobilizam o debate sobre os costumes,  os indivíduos e grupos não se dividem como capitalistas e socialistas, como era na versão clássica da oposição Direita/Esquerda. Os debates sobre os costumes classifica as posições políticas em Conservadores e Progressistas.

Conservadores são os indivíduos que entendem ser necessária a defesa de um conjuntode valores básicos, entre os quais a defesa da vida, no caso do tema do aborto.

Progressistas, por sua vez, entendem que os costumes se alteram ao longo da história e que alguns dos costumes restringem a liberdade e o direito de certos grupos e que, por isso mesmo, podem e devem ser modificados.

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