domingo, 10 de outubro de 2010

Mudança Social

As sociedades são fenômenos coletivos.  É possível dizer que encontramos a sociedade olhando ao redor e num esforço de abstração fazer perguntas sobre o motivo do comportamento dos nossos amigos, pais, vizinhos, etc.

Veremos que o comportamente de todos eles, e o nosso próprio, é orientado por uma série de regras que nos são ensinadas pelos mais velhos. Isto tem muito a ver com a nossa infancia. Mas a verdade é que ao longo de toda a nossa vida continuamos aprendendo a nos comportar de acordo com os grupos de que nos aproximamos ou nos quais passamos a participar.

Diante disso podemos perceber que  toda sociedade necessida de um esforço da parte dos mais velhos para que os mais novos possam aprender a ser um membro do grupo. Ou seja, as sociedades funcionam segundo uma lógica que envolve intrinsecamente a intenção de repetir o passado, ao menos em alguns aspectos importantes.

Todavia, se você se comparar aos seus pais, ou, de preferência, a seus avós, você verá que entre o comportamento deles e o seu há muita diferença. Essas diferenças não dizem respeito apenas ao fato de vocês serem jovens e eles adultos ou idosos. São também diferenças de gerações, o que significa: modos diferentes de entender como devemos ser, pensar e agir.

O motivo, e a explicação, para esta diferença é que entre os seus avós e você a sociedade sofreu mudanças sociais.

Mudanças sociais são alterações no modo como os grupos sociais definem o que deve ser feito pelos individuos, aquilo que é adequado e inadequado, etc.

As mudanças sociais acontecem no nível do comportamento dos individuos. Considerem por exemplo o conhecido hábito a que os mais velhos por vezes ainda se referem de os filhos pedirem a benção para os pais ou para outros familiares. Houve de fato um tempo em que este comportamento era um regra. Hoje não é mais assim.

Podem também acontecer no nível das consequências de todos os comportamentos, ou seja, no nível das estruturas sociais. É o que aconteceu por exemplo com a adoção generalizada do trabalho assalariado ou da inovação tecnológica. Ambos os fatores produzem um mundo que ninguém quis, mas que todavia todos experimentamos, que é o da competição como princípio de organização no mundo do trabalho e da economia.

Estas duas mudanças são reflexo de mudanças mais profundas que acontecem ao nível das crenças e os valores existentes. O hábito das crianças em pedir a bênção ou adoção da competitividade como critério de organizaão do mundo do trabalho são resultado de mudanças que podem acontecer, e que de fato a aconteceram, nos valores sociais vigentes. Num caso , o da bênção dos mais velhos,  valor religioso que dava o motivo daquele comportamento foi alterado, ou mais precisamente, foi enfraquecido. Por isso, hoje apenas excepcionalmente nós encontramos crianças que foram ensinadas a seguir este habito. No outro caso, o da adoção da competitividade, foi a noção de solidariedade e de justiça que se alteraram, de modo que as pessoas passam a ser avaliadas e recompensadas pelas suas compentências individuais.

As mudanças que ocorrem nestes níveis também se reflete no nível material da nossa existência. Para vermos isso percebe que todos os objetos que temos ao nosso redor foram projetados, foram primeiro imaginados por alguém que finalmente os fabricou.

Deste modo, perceba como a nossa cidade tem vários tipos de casas. Essas diferenças revelam como a sociedade vai mudando ao longo do tempo a idéia de como deve ser uma casa.

Fica o desafio para você: ao andar pela sua cidade, procure identificar como os prédios revelam o modo como, ao longo do tempo, as pessoas foram entendendo o que era uma casa, um comércio, etc.

 

Mudando sempre, mas, e daí?.

Uma característica já bem documentada das mais diferentes sociedades é que todas mudam ao longo do tempo. Uma série de fatores levam as sociedade a mudarem. O fato porém é que todas mudam. Alguém já propôs uma metáfora para esta característica das sociedades. É aquela que compara sua sobrevivência a um pião que fica em pé. Este brinquedo precisa continuar se movimentando, caso contrário caíra, e,de acordo com nossa metáfora, no caso das sociedade, a ausênia de movimentos de atualização pode significar sucumbir e desaparecer.

Se todas as sociedade mudam, nem todas as sociedades encaram a mudança da mesma forma.

Algumas sociedades fazem a socialização, ou seja ensinam as regras, dos mais novos de um modo a estimulá-los a se mover em direção o futuro, que dizer, de um modo que estimula e favorece a mudança social, encarando como uma necessidade absolutamente aceitável.

Outras sociedades se orientam na direção contrária, a passagem das regras para os mais novos é feita de um modo a incluir uma espécie de valor ao passado que faz dele um modelo a ser repetido.

Este segunto tipo de sociedade nos chamamos de tradicionais. O primeiro nós chamamos de modernas.

São exemplo de sociedades modernas a nossa própria. Um exemplo de sociedade tradicional é a nação xavante, que nós conhecemos no filme “a iniciação do jovem xavante”.

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